A segunda macrorregião de Saúde da Paraíba, cujo polo é Campina Grande, tem a maior ocupação de leitos covid-19, com 69% dos leitos de UTI adulto e 84% dos leitos de enfermaria ocupados. No Hospital das Clínicas, 93,3% dos leitos de UTI estão ocupados, sobrando apenas quatro leitos disponíveis, de um total de 60. Os 10 leitos de semi UTI estão ocupados.
Em entrevista ao ClickPB, o diretor do Hospital das Clínicas, Jhony Bezerra, afirmou que o pico de ocupação ocorreu em março e com as medidas restritivas houve uma melhora, mas agora os números voltaram a aumentar.
Ele acredita que isso ocorre devido ao relaxamento das restrições e ao próprio comportamento das pessoas. ”Isso já é reflexo da mobilidade, as pessoas começam a se mobilizar se aglomerar e começa a subir”, disse.
Jhony Bezerra citou o caso do município de Esperança, que tem apresentado um número de casos bastante alto, o que reflete também na ocupação em Campina Grande. ”Hoje a cidade que mais tem pacientes internados no Hospital de Clínicas é Campina Grande, com 26% e depois vem Esperança com 12%”, disse.
O secretário de Estado da Saúde, Geraldo Medeiros, disse que a macrorregião de Campina Grande é a que apresenta maior transmissibilidade da covid-19 e que isso se dá por uma série de fatores. Um dos motivos seria a flexibilização maior, já que o prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima, tem adotado posições divergentes dos decretos estaduais. Ele não adotou o toque de recolher, por exemplo, manteve igrejas abertas e o funcionamento normal dos bares.
Outra questão seria o comportamento da própria população, que, segundo o secretário, relaxou nos cuidados e tem formado aglomerações e andado sem máscaras na rua. ”No Açude Velho ficam grupos de dez pessoas aglomeradas conversando, gente caminhando, correndo sem máscara”, relatou.